A obrigatoriedade da comunicação do inventário às Finanças, passou a ser para todas as pessoas singulares e coletivas, que tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em território nacional e que possuam contabilidade organizada.
Esta comunicação tem de ser feita até dia 31 de janeiro, do ano seguinte.
Salientamos desde já que a partir de 2022, inclusive, os inventários terão de ser não só descritivos, como até agora, mas também quantitativos. Ou seja, têm de passar a ter o preço de custo unitário de cada produto.
Um inventário consiste numa listagem detalhada dos bens detidos para venda no decurso ordinário da atividade da empresa. A listagem pode ser realizada de várias formas, mas tem obrigatoriamente que deter a informação da descrição dos produtos, quantidades e o seu preço unitário de custo.
Existem vários tipos de inventário, no entanto, os mais usuais são o inventário intermitente e o inventário permanente.
Este procedimento deve ser feito com vista a:
– Detetar os desvios devido a erros humanos ou do sistema;
– Detetar os produtos danificados ou fora de prazo de validade;
– Detetar o stock obsoleto (que tenham sofrido alterações ou tenham sido substituídos por outros);
– Analisar os produtos que desapareceram (pode dever-se a quebras, furtos ou outros incidentes).
Para as quebras e furtos devem ser seguidos determinados procedimentos fiscais junto da Autoridade Tributária.
Este tipo de inventário é utilizado pelas pequenas empresas, através de um sistema informático simplificado ou de processos manuais, e atualiza os registos em intervalos periódicos (mensal, trimestral, semestral ou anual).
Sendo que proceder a estas contagens pode ser um processo demorado, a maioria das empresas acaba por fazê-lo apenas uma vez por ano, o que implica que os valores de stock nunca estejam atualizados ou precisos.
Por norma é realizado com o auxílio de um software ERP (software de gestão) que integra os movimentos de compras, guias de transporte, vendas ou devoluções, sempre com o registo automático dos movimentos de inventário. Desta forma, poderá saber a cada momento, qual o inventário da sua empresa.
O inventário permanente tem por base a identificação dos bens quanto à sua natureza, quantidade e custos, tendo como objetivo a verificação da correspondência entre as contagens físicas e os respetivos registos contabilísticos. Ou seja, implica o registo informático de todas as movimentações de stock.
Este sistema aplica-se às empresas onde se verificam 2 destes 3 critérios:
– O valor total do balanço superior a 350.000€;
– O valor do volume de negócios líquido superior a 700.000€;
– O número médio de empregados durante o período superior a 10.
Quais as vantagens deste tipo de inventário?
– Permite identificar erros devido ao uso de tecnologia avançada;
– Permite uma otimização do processo de compra devido ao controlo de stocks;
– Permite uma melhor gestão de tempo devido aos processos automatizados;
– Permite obter informação em tempo real.
No caso de um inventário manual, que pode ser feito através do excel, saiba que deve conter as seguintes informações:
– Código dos produtos;
– Código numérico;
– Descrição do produto;
– Preço unitário (de custo);
– Quantidade em stock;
– Tipo de produto;
– Unidade de medida;
– Total de valor do produto (preço unitário a multiplicar pela quantidade);
– Total do inventário (somar os totais de todos os produtos).
Existem determinados softwares de gestão que o permitem controlar os movimentos de stock com rigor e manter o seu inventário sob controlo, pois contabilizam todas as compras e vendas de cada produto.
Ao adotar um sistema destes, permite-lhe:
– Fazer a gestão dos preços: pode associar um preço a cada produto e fazer as variações de preços;
– Simplificar a gestão de artigos: pode criar fichas de artigos completas e organizadas;
– Saber que quantidades comprar: pode ter uma maior segurança na gestão de compras, sem desperdícios e sem falhas de stock;
– Acompanhar o inventário em todo o lado: pode faz a monitorização do inventário em qualquer lado;
– Ter valores de inventário cada vez mais baixos: pode aumentar a rotatividade dos produtos e diminui o risco de obsolescência técnica ou financeira.