Um negócio sustentável, geralmente, começa com o mínimo de pessoas essenciais para o funcionamento da atividade. No entanto, à medida que a faturação aumenta, a maioria das empresas considera a contratação de mais colaboradores. Afinal, uma equipa especializada pode fazer toda a diferença para o sucesso de um negócio. O problema é que, nas fases iniciais, nem sempre é fácil perceber quanto custa efetivamente um colaborador a uma empresa e qual será o impacto dessa contratação no negócio.
E por sabermos que esta é uma dúvida comum nas empresas que começaram a sua atividade recentemente, neste artigo vamos explicar-lhe que fatores deve ter em consideração para apurar o custo de um trabalhador.
Lembre-se de que a contratação de colaboradores representa um peso significativo no orçamento da sua empresa, portanto, é importante ponderar cuidadosamente o salário que pretende oferecer, de forma a conseguir sustentá-lo a longo prazo.
Dito isso, vamos agora analisar as despesas que a sua empresa terá de suportar por cada colaborador.
Definir o salário base mensal é, provavelmente, uma das tarefas mais complicadas que um empregador enfrenta ao contratar um colaborador. Afinal, a maioria dos trabalhadores aspira a uma boa remuneração ao integrar uma empresa. O que é perfeitamente compreensível. No entanto, quando o empregador toma conhecimento dos custos e impostos envolvidos na contratação de um colaborador, muitas vezes percebe que a possibilidade de oferecer um salário atrativo pode ser comprometida.
Para saber exatamente qual remuneração pode oferecer a um trabalhador, é necessário levar em consideração alguns aspetos. Por exemplo, ao calcular o custo médio mensal com o salário, não se deve multiplicar o valor por 12 meses.
Isso porque o empregador não paga apenas 12 salários, mas sim 14 salários, devido aos subsídios de férias e Natal.
Em termos práticos, se está a pensar oferecer uma remuneração ilíquida a um colaborador de 1000 euros, terá de multiplicar esse valor por 14 meses e dividir o resultado por 12.Cálculo exemplificativo: 1.000€ x 14 = 14.000€ / 12 = 1.166,6€Isso significa que, se pretende pagar um salário ilíquido de 1.000 euros, o custo médio mensal com o salário do seu colaborador será de 1.166,6 euros.
Embora a definição do salário base mensal possa ser uma questão complicada, a verdade é que o salário base é apenas a ponta do iceberg quando se trata do custo de um colaborador. E isso porquê? Porque a contratação de colaboradores implica o pagamento de diversas despesas obrigatórias, sendo um dos exemplos mais conhecidos a Taxa Social Única (TSU).
Caso ainda não esteja familiarizado com esta taxa, a TSU é paga mensalmente à Segurança Social e, embora corresponda a 34,75% do salário bruto do colaborador, a empresa tem de suportar uma taxa de 23,75%. Os restantes 11% são deduzidos mensalmente do salário do colaborador, correspondendo às suas contribuições.
Em termos práticos, para calcular o valor que terá de pagar mensalmente de TSU por um colaborador com um salário bruto de 1000 euros, basta multiplicar esse valor por 23,75%.
Cálculo exemplificativo: 1.000€ x 23,75% = 237,50€Nota importante: Não se esqueça de que o Subsídio de Natal e o Subsídio de Férias também implicam o pagamento da TSU. Por isso, ao calcular o custo médio, é necessário considerar os 14 meses.Por fim, é importante destacar que existe a possibilidade de, em algumas situações, o Estado conceder a isenção da TSU. Caso pretenda explorar essa possibilidade, informe-se sobre as condições especiais de contratação de colaboradores que preveem este benefício.
Embora no setor privado o subsídio de alimentação não seja obrigatório, a maioria das empresas opta por conceder aos seus trabalhadores uma remuneração adicional ao salário para cobrir as refeições que estes são obrigados a fazer fora de casa. Esta remuneração adicional, conhecida como subsídio de alimentação, não tem um valor fixo e, geralmente, é estabelecida pela empresa ou por acordo com o trabalhador.
No entanto, muitas empresas acabam por adotar os valores de referência do subsídio de alimentação atribuído à Função Pública. Em 2023, o Estado Português atualizou o subsídio de alimentação para 6,00€ aos seus colaboradores.
Este valor também serve como referência para a isenção de IRS. Ou seja, se o pagamento em dinheiro for superior a este valor, o trabalhador terá de pagar IRS sobre a quantia excedente.
É importante saber que esta não é a única opção para o pagamento do subsídio de alimentação.
Caso seja mais conveniente, a sua empresa pode pagar o subsídio em cartão de refeição. Nesta situação específica, existe isenção de IRS para subsídios de alimentação pagos em cartão até 9,60€.
Dito isto, ao calcular os custos de um colaborador, é necessário somar a despesa referente ao subsídio de alimentação. Por exemplo, se o subsídio de alimentação for de 6,00 euros e o seu colaborador trabalhar 22 dias num mês, o custo com esse subsídio será de 132,00 euros.
Caso opte pelo pagamento em cartão e o valor seja de 9,60 euros, e se o seu colaborador trabalhar 22 dias num mês, o custo será de 211,20 euros.
Independentemente do valor que definir para o subsídio de alimentação, é importante considerar essa despesa ao simular os custos com os seus trabalhadores.
Os custos com um colaborador não terminam por aqui. Lembre-se que a sua empresa tem algumas obrigações legais, como fornecer Formação Profissional, Assistência Médica no Trabalho, Segurança e Higiene, e garantir que o trabalhador esteja coberto por um seguro de acidentes de trabalho.
Após calcular todos os valores e definir a remuneração que irá oferecer, será fácil perceber quanto custa um colaborador para a sua empresa.
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