Já lá vai o tempo em que a sustentabilidade não era um fator a ter em conta nas estratégias das empresas.
Hoje em dia é essencial que uma empresa não olhe só para os seus resultados financeiros. Afinal, se as empresas refletirem sobre o impacto que têm na esfera social, ambiental e de governança, podem atrair mais clientes e investidores para o seu negócio.
Além disso, ao exercerem boas práticas estão a contribuir para o bem coletivo.
No entanto, não basta refletir sobre as boas práticas neste âmbito, pois existem certas métricas que vão medir se uma empresa está a cumprir boas práticas ambientais, sociais e governança. E uma dessas métricas é o ESG.
Neste artigo fique a conhecer o que significa ESG, quais as práticas que as empresas podem implementar e como estão a sair-se as empresas portuguesas nesta área.
ESG é a sigla em inglês para “Environmental, Social and Governance”, que traduzido para português significa Ambiental, Social e Governança. Logo, estamos a falar de uma métrica de boas práticas ambientais, sociais e de boa governança nas empresas.
Ao contrário do que se pode pensar, a necessidade de instalar estas práticas no meio empresarial não é algo recente. As práticas ESG foram criadas em 2004 pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas juntamente com o Banco Mundial.
E estas práticas andam de mãos dadas com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável criados pela ONU.
Embora o conceito ESG seja bastante amplo, quando as empresas assumem a implementação de estratégias que se enquadrem nesta definição, estão a assumir e a responsabilizar-se que querem fazer parte da mudança, colocando de parte práticas que podem prejudicar o ambiente, as pessoas envolvidas e o meio onde estão inseridas.
Para que estas práticas sejam colocadas de parte, antes, as empresas têm de fazer uma análise cuidada e identificar potenciais riscos e oportunidades de negócio.
Embora não exista uma lista de critérios de avaliação e práticas ESG, os fatores que vão influenciar a métrica de avaliação focam-se nos aspetos ambientais, sociais e de governança. Dado que estas são áreas muito abrangentes, apresentamos alguns exemplos para a sua empresa ter noção do que deve avaliar antes de criar novas estratégias.
Área ambiental: Nesta área o foco principal deve ser a conservação do ecossistema natural. Logo, a sua empresa deve preocupar-se com:
Área social: Aqui o foco deve estar relacionado com as pessoas e o impacto da sua empresa sobre os seus clientes. No fundo a sua empresa deve refletir sobre estratégias que valorizem:
Governança corporativa: Por fim, em termos de governança corporativa, a sua empresa deve definir certas normas de administração da própria empresa. E neste campo, as normas podem abranger desde a ética do próprio negócio, combate à corrupção, políticas de compensação justas, composição do conselho de administração equilibrada, uma estrutura de auditoria, estratégias de contribuições políticas, etc.
Quando a sua empresa consegue ter uma boa classificação ESG, a sua reputação enquanto marca aumenta. Afinal, as estratégias ESG implementadas vão refletir as boas práticas que exerce a nível ambiental, o compromisso que tem com os seus colaboradores que deve garantir a retenção de talento e satisfação no local de trabalho, o tratamento de excelência com clientes e parceiros, e a transparência em relação ao seu negócio e à forma como este é gerido.
E em termos de investimento, isto pode trazer um retorno muito positivo para as empresas. Cada vez mais, os investidores valorizam todos estes pontos.
Claro que para as empresas cotadas em bolsa o impacto seja maior, uma empresa mais pequena também pode obter vários benefícios na hora de procurar certos apoios e investimentos.
Muito se tem falado das estratégias ESG em Portugal. E embora 8 em cada 10 empresas estejam a planear desenvolver estratégias ESG, 91% dessas empresas não têm os recursos necessários para colocá-las em prática.
De acordo com o Estudo “The Search for ESG Talent”, 45% das empresas em Portugal quer contratar novos profissionais para combater a escassez de talento relacionado com o ESG.
Contudo, o estudo acrescenta que 41% das empresas pretendem dar novas competências aos seus trabalhadores, 24% quer acrescentar responsabilidades ESG às funções dos colaboradores e 23% das empresas que responderam ao estudo pretendem ainda recorrer a consultores externos nesta área.
Embora a maioria das empresas esteja consciente da importância dos bons resultados que o ESG pode trazer a nível de reconhecimento e valorização internacional, ainda existe um longo caminho a percorrer.
